NO ONE
EDIÇÃO 2023
Vivemos hoje um erro de design.
Foi com essa frase que iniciamos a primeira edição deste report, lançado em abril de 2020. Vivíamos o primeiro grande momento de acomodação à pandemia que transformou as nossas vidas, e tínhamos convicção que muitos dos modelos, hábitos e normas culturais que moldavam nossa forma de viver, de trabalhar, de nos relacionar, não seriam capazes de dar conta do momento que atravessávamos.
Mais do que isso, sabíamos que muitos destes modelos já estavam defasados muito antes disso e tínhamos - temos - a certeza de que é possível desenhar melhor.
De lá pra cá, além de uma pandemia e do isolamento (ou reconexão?) provocado por ela, nos vimos polarizados por assuntos como web3, inteligência artificial, privacidade, política, e até mesmo ciência. E sentimos que a conta chegou, estamos à flor da pele. Sentimos um grande holofote voltado para nossa saúde mental e, ao mesmo tempo em que estamos mais atentos aos limites do nosso corpo e do que queremos para nossas vidas, nos damos conta de que a máquina não pára e a pressão é constante.
Será que, neste tempo, aprendemos a desenhar melhor?
Diminuímos o gap entre o que gostaríamos de experienciar e o que estamos de fato experienciando?
Precisamos evoluir juntos para que possamos desenhar melhores soluções, serviços e produtos, que respondam a demandas cada vez mais agudas de um mundo que muda mais rápido do que nossa capacidade de processamento individual e coletiva.
Este report é uma plataforma para seguirmos contribuindo com esse desenho, abrindo para nosso mercado e comunidade uma síntese dos estudos, pesquisas e discussões que normalmente ficam restritas à nossa equipe e aos nossos clientes.
Em 2020, ficamos suspensos de nossas rotinas e buscávamos entender o que o futuro nos reservava. A aparente inércia do tempo não se traduzia no que sentíamos - observamos oposições se formando, movimentos divergentes e simultâneos de comportamentos. O mapeamento das tensões não traz respostas, mas nos permite refletir juntos sobre possibilidades de navegação dentro das polaridades.
Revisamos o conteúdo produzido pelos principais think tanks sobre as mudanças de comportamento das pessoas, analisamos o posicionamento de marcas dos mais diferentes segmentos e, sobretudo, investigamos o que tem sido debatido nas rodas presenciais e virtuais para criar um resumo das principais tensões que têm pautado o debate.
Para esta edição, revisitamos tensões já conhecidas, evidenciando se neste intervalo elas penderam para algum dos pólos ou se encontraram um caminho do meio. Apresentamos também duas novas tensões observadas - resultado desses anos de intensa transformação cultural, social e tecnológica.
Preferimos não acreditar em futuros distópicos ou utópicos, mas sim em protopia, certos de que somos atores fundamentais no desenho do futuro que desejamos e que temos capacidade de influenciá-lo. A partir das tensões, podemos refletir sobre o futuro que queremos desenhar.
Vamos juntos?
O desejo pela reconexão (e a distância que ainda existe)
O físico e o virtual estão em simbiose
Conscientes, porém ainda sem um guia de boas práticas
Confiamos, mas mantemos um olho aberto
Escolhemos pelo que cabe no bolso
Corpo são, mente ansiosa
Na busca por uma nova relação com o trabalho
O reino do caos (e a busca por silêncio interno)
A curiosidade se torna uma habilidade valiosa
O jogo de espelhos entre natural e artificial